sexta-feira, novembro 17, 2006

VIRTUDE



Sinto que novamente embargo
Para um mundo de aventuras
Começa um novo marco
Com palavras obscuras

Desligada dos círculos funestos
De expectativa, e mentiras alheias
Sinto o peso dos meus gestos
Nas minhas mãos, que estão cheias

Porque os outros usam a virtude
Onde germina, calada a podridão
Com uma aparente atitude
Para comprar o que não tem perdão

Um dia gastos voltaremos
De gestos agitados, irreais
A lamentar o que sofremos
A viver livres, como animais

FF

quarta-feira, novembro 15, 2006

MORRER DE AMOR




Amar-te a vida inteira eu não podia
Uma saudade morta em nós renasce
A gente esquece sempre, o bem de um dia
A mais nobre ilusão morre...desfaz-se

O nosso sonho foi alto e forte
Deve-nos ser sagrado como pão
Que pensei vê-lo até à morte
A encher-me de luz o coração

Toldam-se-me os olhos, de onde corre a vida
Neste corpo exausto que despi
Noite de amor que me foi prometida
No mais secreto que existe em ti

Sonho que eu e tu, dois pobrezinhos
Num país de ilusão que nunca vi
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
E eu morro amor, dentro de ti!


FF

segunda-feira, novembro 13, 2006

LONGE DE TI


Longe de ti são ermos os caminhos
Longe de ti há noites silenciosas
Tuas mãos doces, plenas de carinhos
Perdidas pelas noites invernosas

Tanto clarão nas trevas reflugiu
Pedi à vida mais do que ela dava
Meu castelo de luz que me caiu
Eterna sonhadora edificava

Passei a vida a amar e a esquecer
As brumas dos atalhos por onde ando
Á procura de um raio de sol para me aquecer
Que há-de partir também, nem sei quando

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio
E este amor que assim me vai fugindo
A mesma angústia funda, e sem remédio
Mas a fé igual, em outro amor que vai surgindo...

FF