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Quero viver um momento
Da noite ao mal frescor
E entre os suspiros do vento
Morrer contigo de amor
Quero tremer e sentir
Quero viver de esperança
Quero sonhar e dormir
Quero apagar a lembrança
Se me ponho a cismar em outras eras
Parece-me que foi numa outra vida
Que dantes tinha o rir das primaveras
Em que ri e cantei, em que era querida
Minha alma é frágil como o sonho de um momento
Soturna como preces de agonia
Como soluços trágicos do vento
É magoada, é pálida e sombria...
FF
Tu, que dormes, espírito serenoComo um levita á sombra dos altaresAcorda! É tempo! O sol já vai alto e plenoPosto à sombra dos credos secularesEscuto em sonhos, quando a sombra desceDa noite nas fantásticas estradasEsse novo corcel, cujas passadasE, passando a galope, me apareceUm cavaleiro de expressão potenteE o corcel negro diz: " eu sou a morte"Cavalga a fera estranha sem temorFormidável, mas plácido, no porteNuma espiral, de estranhas contorções,Como um bando levado pelos ventosNo meu sonho desfilam as visõesEspectros dos meus próprios pensamentos.FF
Nem um poema, nem um verso nem um canto
Nada a não ser este silêncio tenso
Tudo raso de ausência, tudo liso de espanto
Que faz do amor sozinho...o amor imenso!
A grande solidão que de ti espero
Que hoje te aspiro, embalo, gemo e canto
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero
Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora
Antes sofrer a raiva e o sarcasmo
Do que desistir e ir embora...
Sonhar um verso de alto pensamento
São assim... ocos, rudes os meus versos
É frágil, como o sonho de um momento
Palavras vãs e sentimentos dispersos
FF