sexta-feira, novembro 10, 2006

CORPOS PENSANTES



No mais secreto do que existe em ti
A grande solidão que de ti espero
Tua falsa beleza, que não vi
A voz com que te chamo, é de desespero

Não fui eu que te quis, e não são meus
Os lábios sedentos que poisaram
Possessa desta raiva que me deu
Jamais os meus dedos te tocaram

Nossos corpos pensantes se entrelaçam
Nossos sexos furiosos se confundem
Nossas almas sedentas se trespassam
Nossos prazeres únicos se fundem

Pensando, nos secamos e perdemos
Uma causa maior que nos explique
Esta ansia de desejo que trazemos
Que nos satisfaça ou justifique

FF

quarta-feira, novembro 08, 2006

O REFLEXO



Porquê esperar porquê, se não se alcança
O gesto que estrangula, a voz que grita
Antes aproveitar a nossa herança
Do monstro que inventámos e que nos fita

Esta semente agreste que trazemos
Dentro do peito a emoção
Um punhado de cinza esparso ao vento
E na alma o bater do coração

Este frio que anda em mim, e me gelou
Que é fortuna infinita é demência
Se eu nem sei onde ando e onde vou
Sinto os passos da dor, da decadência

Sou um verme que um dia quis ser astro
Sou um refelxo...un canto de paisagem
Uma estátua truncada de alabastro
Sei lá quem sou!... Uma miragem

FF