quinta-feira, dezembro 28, 2006

VISÃO



Uma visão com asas de cetim
Pousa de leve a delicada mão
Vem ás vezes, sentar-se perto de mim...
Sobre o meu dolorido coração

Porque é tão erma e triste a tua vida?
Vem comigo! Embalada nos meus braços!
E diz-me essa visão compadecida:
- Transporás a dormir esses espaços

A noite exala uma doçura infinda
Num sonho feito de luz e encanto
Onde se crê e se ama, ainda
Na noite funda há um silêncio santo

Eu escuto-a imóvel, com ar sonolento
Fito-a, num pasmo doloroso absorto
E mudo o tenebroso pensamento...
E responde: - " bem sabes que estou morto"

FF

sexta-feira, dezembro 22, 2006

PERDÃO, POR TE AMAR



Amor vivo tão só nesta tristeza
Longe do teu olhar, cheio de encanto
Tão longe ando de ti, numa incerteza
Onde minha alma se desfaz em pranto

O teu amor que tanto ambicionei
O pranto desta alma que delira
E a que tão loucamente me entreguei
Não passava, afinal, de uma mentira

Acreditei na vida, e foi assim
Um amor puro e ledo, de criança
Deixar alimentar dentro de mim
Uma alegria cheia de esperança

Perdão plos meus erros conscientes
Para o mal que já fiz e ainda fizer
E para os meus pecados inocentes
E o crime sem perdão, de ser mulher...

FF

domingo, dezembro 17, 2006

POR TI



Por ti que enches o mundo e não te vejo
Onda incorpórea e hálito disperso
és o dulçor que encontro em cada beijo
A harmonia que busco em cada verso

No voo em que me elevo a procurar-te
Que um múrmurio de cântico e de prece
me embala e vai comigo a toda a parte
Mergulho no infinito, e até parece

Que por ti se enflora a terra e o sol aquece
e toda a luz é para iluminar-te
E toda a sombra má desaparece
E a música de Deus para cantar-te

É teu todo este sonho.Meu coração
Guarda-te um beijo audaz, febricitante
Beijo feito de fogo e paixão
Que por ti pulsa, em sonho inebriante

FF

terça-feira, dezembro 12, 2006

DOR NEFASTA



Quase apagada já a luz do dia
Na hora magoadissima do poente
Que nem o mar, o grande mar ouvia
Rezava a tua voz tão docemente

No meu, o teu olhar que se morria
E o mar a nossos pés em tom crescente
Tocando nem sei que sinfonia
Na minha mão, a tua mão ardente

A mesma chama nos prendeu aos dois
E a ambos fustigou como um açoite
Depois... sei lá que aconteceu depois
Foi a primeira estrela dessa noite

Todo esse altivo e festival concerto
Sua voz, seu olhar, sua alma casta
Brancas formas de luz que ao seio aperto
Sonhadoramente, numa dor nefasta...

FF

sábado, dezembro 09, 2006

AGONIA DA SAUDADE



Alguma vez no espaço de um só dia
Sonhaste percorrer a eternidade?
Que faz da nossa vida uma agonia
Alguma vez soubeste o que é saudade?

Sentiste esmurecer tua alegria
No derradeiro tom da claridade
Como ao cair da noite murcha o dia
Perdeste alguma vez a liberdade?

Se nunca presumiste o que era amor
Se uma saudade, enfim não conheceste
Despindo as galas e vestindo a dor
Que o maior mal ainda não sofreste


Vê lá do que os teus olhos são capazes
Que insensato e louco é quem se ilude
Que valha o mal que tu me fazes
Quis fugir, esquecer-te, mas não pude

FF

quarta-feira, dezembro 06, 2006

CONTRADIÇÃO



A madrugada transformou-se em poente
Deixou-me triste assim que se apagou
Eu inundei-me dessa luz ardente
Luz que nasceu e apenas cintilou

Esta contradição quem foi que a fez?
Há dois amores! Qual é o verdadeiro?
O da primeira ou segunda vez?
Se há segunda, que é feito do primeiro?

Eu que julgava eterna a duração
Do voluptuoso amor que nos unia
De junto ao meu, possuir teu coração
Eu que cheguei a ter essa alegria

Conta-me com toda a verdade
Se ainda me amas, ou assim assim
Eu vou morrendo de saudades
Mas o tempo, é que me vai matando a mim.

FF

terça-feira, dezembro 05, 2006

DESPEDIDA FATAL



Tu deste-me a ventura mais perfeita
Da imensa paixão com que te quis
Perdia-a, e dei-te a chama insatisfeita
Foi bom, ter sido muito feliz

Apaguei a última ilusão
Como um cego, a luz do dia
Sinto ainda mais negra a escuridão
Morto, o deslumbramento em que vivia

O momento mais triste de uma vida
Numa eloquência muda, apaixonada
É o momento fatal da despedida
E o meu sombrio olhar de amargurada

Sei onde vou, e a parte que me cabe
O meu destino é o que o futuro diz
E há tanta, tanta gente que não sabe
O que me falta pa ser feliz.

FF

domingo, dezembro 03, 2006

PALAVRAS PARA QUÊ...




Desejo simplesmente um Santo e feliz Natal a todos
com muita Paz, amor e harmonia.

Beijo enorme para todos

sexta-feira, dezembro 01, 2006

AS MINHAS MANIAS

Ora cara FM (mana) e VERA cá estão as minhas manias,psicoses sei lá o que lhe quiserem chamar.


Cada pessoa tem de mencionar cinco particularidades, regularmente designadas por "manias", coisas pequeninas que nos definem tão particularmente...!
Para além disso têm de desafiar mais cinco bloguistas que têm, para além de especificar as suas manias, apresentar este regulamento.
Divirtam-se!!!

1ª tara com o escovar do cabelo, eu escovo o cabelo várias vezes ao dia (demasiado longo)

2ª tenho a mania que se colocar um pirilampo azul na cabeça sou tipo ambulância (tou em todas) mas por vezes não consigo estar

3ª manter a mala super desarrumada para me conseguir orientar

4ª demasiado exigente comigo mesma

5ª falar demais e não conseguir estar quieta

APELO DA ALMA



A minha triste boca dolorida
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono esquecida
Pelo assombro desta quimera

O meu rosto de monja, de marfim
E as lágrimas que choro, branca e calma
Ninguém as vê cair dentro de mim
Ninguêm as vê brotar na minha alma

Procuro-te em vão, de braços abertos
O som dos teus passos, sei conhecer
Aguardo com sentimentos despertos
Mas sabe-se amor, que não pode ser!

A minha boca morta, grita ainda
Quando chegarás para te ver
Sentirei a tua boca, linda!
E o nosso amor renascer...

FF

sexta-feira, novembro 24, 2006

VENTO NORTE



O vento levará os mil cansaços
Através do mistério que embala
E há-de voltar aos nossos membros lassos
E em nós germinará a sua fala

Nesse êxtase pagão que vence a sorte
Num frémito vibrante de ansiedade
A nuvem que arrastou o vento norte
É a sombra entre a mentira e a verdade

O meu corpo em leves arabescos
Felinamente, em voluptuosas danças
Vai-te envolvendo em círculos dantescos
Cravados no teu peito como lanças

E gera heróis e poetas
Num mundo de maldades e pecados
O meu desejo e a minha ânsia secreta
Que sejamos eternamente abençoados

FF

sexta-feira, novembro 17, 2006

VIRTUDE



Sinto que novamente embargo
Para um mundo de aventuras
Começa um novo marco
Com palavras obscuras

Desligada dos círculos funestos
De expectativa, e mentiras alheias
Sinto o peso dos meus gestos
Nas minhas mãos, que estão cheias

Porque os outros usam a virtude
Onde germina, calada a podridão
Com uma aparente atitude
Para comprar o que não tem perdão

Um dia gastos voltaremos
De gestos agitados, irreais
A lamentar o que sofremos
A viver livres, como animais

FF

quarta-feira, novembro 15, 2006

MORRER DE AMOR




Amar-te a vida inteira eu não podia
Uma saudade morta em nós renasce
A gente esquece sempre, o bem de um dia
A mais nobre ilusão morre...desfaz-se

O nosso sonho foi alto e forte
Deve-nos ser sagrado como pão
Que pensei vê-lo até à morte
A encher-me de luz o coração

Toldam-se-me os olhos, de onde corre a vida
Neste corpo exausto que despi
Noite de amor que me foi prometida
No mais secreto que existe em ti

Sonho que eu e tu, dois pobrezinhos
Num país de ilusão que nunca vi
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
E eu morro amor, dentro de ti!


FF

segunda-feira, novembro 13, 2006

LONGE DE TI


Longe de ti são ermos os caminhos
Longe de ti há noites silenciosas
Tuas mãos doces, plenas de carinhos
Perdidas pelas noites invernosas

Tanto clarão nas trevas reflugiu
Pedi à vida mais do que ela dava
Meu castelo de luz que me caiu
Eterna sonhadora edificava

Passei a vida a amar e a esquecer
As brumas dos atalhos por onde ando
Á procura de um raio de sol para me aquecer
Que há-de partir também, nem sei quando

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio
E este amor que assim me vai fugindo
A mesma angústia funda, e sem remédio
Mas a fé igual, em outro amor que vai surgindo...

FF

sexta-feira, novembro 10, 2006

CORPOS PENSANTES



No mais secreto do que existe em ti
A grande solidão que de ti espero
Tua falsa beleza, que não vi
A voz com que te chamo, é de desespero

Não fui eu que te quis, e não são meus
Os lábios sedentos que poisaram
Possessa desta raiva que me deu
Jamais os meus dedos te tocaram

Nossos corpos pensantes se entrelaçam
Nossos sexos furiosos se confundem
Nossas almas sedentas se trespassam
Nossos prazeres únicos se fundem

Pensando, nos secamos e perdemos
Uma causa maior que nos explique
Esta ansia de desejo que trazemos
Que nos satisfaça ou justifique

FF

quarta-feira, novembro 08, 2006

O REFLEXO



Porquê esperar porquê, se não se alcança
O gesto que estrangula, a voz que grita
Antes aproveitar a nossa herança
Do monstro que inventámos e que nos fita

Esta semente agreste que trazemos
Dentro do peito a emoção
Um punhado de cinza esparso ao vento
E na alma o bater do coração

Este frio que anda em mim, e me gelou
Que é fortuna infinita é demência
Se eu nem sei onde ando e onde vou
Sinto os passos da dor, da decadência

Sou um verme que um dia quis ser astro
Sou um refelxo...un canto de paisagem
Uma estátua truncada de alabastro
Sei lá quem sou!... Uma miragem

FF

quinta-feira, novembro 02, 2006

ALMA FRÁGIL



Quero viver um momento
Da noite ao mal frescor
E entre os suspiros do vento
Morrer contigo de amor

Quero tremer e sentir
Quero viver de esperança
Quero sonhar e dormir
Quero apagar a lembrança

Se me ponho a cismar em outras eras
Parece-me que foi numa outra vida
Que dantes tinha o rir das primaveras
Em que ri e cantei, em que era querida

Minha alma é frágil como o sonho de um momento
Soturna como preces de agonia
Como soluços trágicos do vento
É magoada, é pálida e sombria...

FF

terça-feira, outubro 31, 2006

ESPÍRITO SERENO



Tu, que dormes, espírito sereno
Como um levita á sombra dos altares
Acorda! É tempo! O sol já vai alto e pleno
Posto à sombra dos credos seculares

Escuto em sonhos, quando a sombra desce
Da noite nas fantásticas estradas
Esse novo corcel, cujas passadas
E, passando a galope, me aparece

Um cavaleiro de expressão potente
E o corcel negro diz: " eu sou a morte"
Cavalga a fera estranha sem temor
Formidável, mas plácido, no porte

Numa espiral, de estranhas contorções,
Como um bando levado pelos ventos
No meu sonho desfilam as visões
Espectros dos meus próprios pensamentos.

FF

segunda-feira, outubro 30, 2006

SENTIMENTOS DISPERSOS



Nem um poema, nem um verso nem um canto
Nada a não ser este silêncio tenso
Tudo raso de ausência, tudo liso de espanto
Que faz do amor sozinho...o amor imenso!

A grande solidão que de ti espero
Que hoje te aspiro, embalo, gemo e canto
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero

Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora
Antes sofrer a raiva e o sarcasmo
Do que desistir e ir embora...

Sonhar um verso de alto pensamento
São assim... ocos, rudes os meus versos
É frágil, como o sonho de um momento
Palavras vãs e sentimentos dispersos

FF

sexta-feira, outubro 27, 2006

O Despertar




Já é manhã...
O primeiro raio de sol, já entra no meu quarto.
A preguiça envolve o meu corpo morno
Despojado de movimentos...
Volto a fechar os olhos e recuso-me a despertar
Quero continuar a sentir, o aconchego do meu leito
Mas o meu corpo quente e relaxado
Começa a reagir!
A primeira reacção, involuntária...
É um esticar de braços
Não, não é um espreguiçar!
É apenas um toque no vazio
O despertar para um novo dia
..... de solidão....

FF

quarta-feira, outubro 25, 2006

MADRUGADA NO MAR


Que linda tarde aberta sobre o mar
Abriu-se a noite em mágico luar...
Andando atrás de mim, sem me largar
Só o vento geme, e quer entrar

E fico a olhar o luar
Tão prateado no mar
Para doidamente me lembrar
E, a tristeza começa a chegar!

Quanto menos recordar
Menos me vou magoar
Mas é difícil parar..
E muito mais...não chorar!

O nosso amor morreu...quem o diria!
FF

DOCE ILUSÃO


























Ai, amor o teu beijo
Desperta em mim um desejo
E aquela vontade que almejo,
Que morro se não te vejo!

Que louco este meu coração...
Que continua na ilusão,
Se te quer ainda, ou não
E continua na solidão.

Para sempre irei sussurrar
O que aprendi a conjugar
E contigo irei partilhar
Eternamente o verbo amar

FF

quarta-feira, outubro 18, 2006

SONHO DESFEITO


Foste um sonho,
Uma esperança,
Uma desilusão.
Foste a causa das minhas lágrimas
E nunca notaste
Foste a chama do meu viver
A personagem do filme que realizei
Serás uma recordação constante
A corda da minha raiva
Do meu sangue
Da minha culpa
Mas hoje
És a pedra que esmagou o chão
Que pisa o palhaço que se riu de mim
Hoje,
Tu és a insignificância
Que desprezo
O herói que derrotei
O nome que risquei da minha vida.
Hoje,
Para mim és o passado
Já morto e enterrado
Não existes mais
Foi uma chama que se apagou
E não se tornou a acender
Porque o fogo já se extinguiu
Foste a causa
De todo o meu sonho desfeito
Das minhas tristezas
De todo o meu sofrer
Foste...

FF

segunda-feira, outubro 16, 2006

O MEU SORRISO



Gosto da noite
Gosto de um céu cheio de estrelas cintilantes...
Gosto de instantes felizes...
Do instante seguinte!
De cada minuto que nos é dado, como que
Uma nova oportunidade para mudar tudo !
De um olhar... de um sorriso...
De sonhar!
De sentir que não estou perdida numa imensa solidão...
Que simplesmente existo!!
E por isso estou aqui
Para dar sempre o meu sorriso ás pessoas que gosto
E me fazem sentir bem!

FF

quinta-feira, outubro 12, 2006

A UM FIEL AMIGO



Palavras de um mundo obscuro
Sentidos opostos da vida
Sentado no alto de um muro
A espera de uma palavra amiga

Foi um fiel companheiro
De coracao simples e puro
Por amor nao trocava dinheiro
Porque acreditava no seu futuro

Caminhou numa estrada sem rumo
Guiado pela imaginacao
Riquezas dispersas como fumo
Na angústia do seu coracao

FF

terça-feira, outubro 03, 2006

ENTRE OS TEUS LÁBIOS

Entre os teus lábios é
que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.


No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

Eugénio de Andrade

segunda-feira, outubro 02, 2006

MENINA DA RUA


Andou perdida no mundo
Chorou no ombro da solidão,
Apaixonou-se pela lua
E a tristeza deu-lhe a mão.

Passou ás portas do inferno,
Passou ás portas do céu
Andou perdida nas trevas
Em noites escuras como bréu.

Pedia desejos ás estrelas
Fazia declarações á lua
Brincava com o sol
Esta menina da rua.

Filha do sonho da gente
Filha do mal e do bem
Ela é tudo o que o mundo sente
Ela é tudo o que o mundo tem.

sexta-feira, setembro 29, 2006

TU PODES MUDAR O MUNDO

Ouve amigo!...
Tu que vives de sonhos,
Tu que vives de palavras sem sentido
Que nada dizem e nada fazem
Para construir um mundo melhor....
Tu que vives num mundo em que os outros se esquecem
Que tu existes!
Chegou o momento de parar,
Olhar para trás
Ver tudo o que não fizeste,
E pensar melhor no que poderás
Fazer ainda hoje.
Se te julgas no esquecimento,
Se pensas q não podes mudar
Aquilo que os outros dizem que mudam, mas não mudam
Então ... continua a sonhar!!
Mas um dia mais tarde,
Daqui a muito tempo
Quando o tempo tiver escavado
Longas covas no teu rosto...
Aí pararás, olharás para trás
E verás tudo aquilo que não fizeste!
Será triste...
Escorrer-te-ão lágrimas dos teus olhos
Percorrendo todas as rugas do teu rosto
Triste, e sedento de juventude...
Será triste...
Mas tu podes mudar essa tristeza,
Basta lembrares-te de uma só coisa...
O tempo nunca volta atrás...
.... por ninguém....

FF

quinta-feira, setembro 28, 2006

SONHO ETERNO




Um dia deixei o sonho
Entrar no meu castelo
Tinha armadura de prata
Um cavalo negro montava
Meu Deus...Como era belo!...

A chuva então parou
O arco íris brilhou
e com sete cores beijou
Num céu azul cristalino
O meu sonho q era menino.



Brincava, saltava e ria
Corria de cor em cor


Mas não tardou o vento a soprar
E com ele arrastar a beleza
Desse encanto

O arco íris desfez
O céu azul fez chorar...
Mas no meu castelo guardei
O cavaleiro do sonho
Para num outro dia o soltar.

( FF )

terça-feira, setembro 26, 2006

O REENCONTRO



















Olhei teus olhos castanhos
molhados por um choro triste
olhaste-me em soluços risonhos
baixando a face, sorrindo fingiste.

Levantei minha mão com leveza
e passei em tua face molhada,
monstrando ainda a tristeza
De toda a mágoa passada.

Meus dedos em teus lábios tocaram
Por desejo, talvez, não sei!
Mas por saudade também passaram
Nos lábios que um dia beijei.

Nossos olhos em silêncio chocaram
em silêncio, recordando o passado
Meus lábios os teus beijaram
Como há muito não tinham beijado

Como a estrela que rasga os céus
teus olhos depressa sorriram.
Porque teus lábios sentiram os meus
e em gargalhadas se reencontraram

Olhei teus olhos castanhos...
Olhaste meus olhos verdes
Só então sorri!...
Porque afinal descobri
A beleza dos sonhos!!

FF

segunda-feira, setembro 25, 2006

TALVEZ UM DIA




Amanheceu
O sol nasceu
Iluminando toda aquela
Miséria,
Violência,
Fome,
Fúria de existir...
Dia após dia,
A guerra continua
Porque os homens gostam
De empunhar as armas,
E destruir, e destruir-se.
E vão continuando a bombardear
Sem escutar os protestos
E as súplicas á sua volta,
Sem aproveitar um raio de sol
Para derreter o gelo dos seus corações.
E isto, ano após ano,
E até quando?
Não sei, ninguém sabe...
Talvez até ao dia
Em que um soldado
Jogar fora as aarmas
E içar uma bandeira branca
Pedindo a Paz.
Talvez quando uma pomba branca
Surgir no horizonte,
Trazendo no bico
Um ramo verde de esperança
E fizer de um capacete, enferrujado pelo tempo
De duração da guerra
O seu ninho!
Nesse dia,
O sol brilhará mais forte
Com um brilho resplandecente
Porque a sua luz
Iluminará a Paz
A tão esperada Paz...


FF

sexta-feira, setembro 22, 2006

MENDIGO

Na escura noite
Um vulto
Por detrás das rugas de seus olhos
Uma luz...
Uma luz quase apagada
Com um brilho baço
Que implorava compaixão.
Lentamente,
Enquanto coxeava
Estendia a sua mão e pedia,
Pedia,por amor de Deus,
Uma esmola.
A noite chorava
Molhando com suas lágrimas frias
Os trapos esfarrapados
Que serviam de vestes aquele homem
Que mesmo sem forças,
Já caído no chão
Ainda estendia a sua mão
E pedia,
Pedia por amor de Deus
Uma esmola.
A multidão passava, apressada
Ignorando e quase pisando
Aquele corpo molhado,
sem ouvirem aquela voz rouca,
sem se aperceberem
Que por detrás das rugas de seus olhos
Havia um brilho baço
Que lentamente
Se apagava para sempre

FF

quinta-feira, setembro 21, 2006

GRITO DE SAUDADE


No silêncio da minha saudade,
AMO-TE!
Sem perguntas,sem explicações,
Sem palavras...
Mas esse silêncio grita desejos,
Clama emoções...
Desejo de ver,
De estar,
De ser!
Emoção no pensar,
No sonhar,
No querer...
Quero-te meu!
E sinto-te meu!

FF

quarta-feira, setembro 20, 2006

GOSTAR DE VIVER

Olhei para o lado,
Estavas tu a brincar
Corei um bocado
Tentei disfarçar e todo o meu corpo
Sem nada faltar
Ficou apoderado de uma sensação
De estranhar
Teus olhos brilhantes,
Fizeram-me vibrar
Teu sorriso terno
Deixou-me a tremer,
Teus olhar suave
Não consegui esquecer;
Até hoje, até agora, até sempre.
Faça sol, esteja a chover
Seja dia, ou entardecer
Assim ocupo o meu tempo,
Somente em ti a pensar.
E porquê? – Pergunto eu
Estarei louca, ou a sonhar?
Não é sonho, é bem real
Já sei o que se passa
Descobri o que deveras sinto,
Afinal, isto não é de admirar
Isto está sempre a acontecer
Isto é simplesmente ganhar o poder,
Ter oportunidade, uma vez de vencer
Isto é agradar, tentar compreender,
Isto é amar, querer sobreviver,
Tentar ser livre, gostar de viver


FF

terça-feira, setembro 19, 2006

CAMINHO SEM DESTINO


Batem os tambores
Desta cruel morte,
O mundo perde as suas cores
Outros perdem a sua sorte.
Depois sonham com algo além montes,
Imaginam lagos
Jamais vistos antes,
Depois dizem:
- Sou feliz
Não passam de ignorantes,
Traçam com um giz
O destino imundo desta vida
Já por eles escolhida.
Vivem imponentemente
Agarrados a um falso fundo
Ao banalizar esta guerra incessante.
Mas não vão longe!...
Jorra sangue no fervor de suas veias
Pois teceram a prisão
Nas suas próprias teias
Porque transformaram
Suas inocentes vidas
No mais cruel caminho sem destino:
- A DROGA

FF

FORMAS DE AMAR

Um sorriso!...
Uma palavra!...
Um gesto!...
Um silêncio!...
Um olhar!...
Um beijo!...
Uma carícia!...
Um desejo!...
São formas diversas de dizer:
- “Amo-te”
Mas também pode ser amor
Aquele sorriso, por sorrir
Aquela palavra, não dita
Ou ainda aquela dita a mais
Ou ainda aquela que tu não compreendeste!
Aquele gesto,
Morto quase antes de nascer…
Aquele silêncio em que as palavras se atropelam…
Aquele olhar
Que nunca cruzou o teu olhar,
Aquele outro que desceu
Antes de ter encontrado o teu…
Aquela carícia
Que morreu antes do fim
Aquele beijo
Que não chegou a ser beijo
Aquele desejo,
De te amar sem limites…
Sem barreiras
Mas ao mesmo tempo tão limitado
Por barreiras,
Que não ouso saltar!
O desejo de ser tua,
A um tempo tão distante no tempo
Tudo isto,
Ou ainda outra forma de dizer:
- Amo-te tanto…


FF

segunda-feira, setembro 18, 2006

SINFONIA DO AMOR


Teus lábios percorrem meu corpo
Deslizam pela minha alma...
Desnudam o meu espírito
Despido de preconceito
Entrego-me neste deleite infindável...
Vestido somente do desejo de sentir,do te querer de amar
Neste êxtase que me proporcionas de suores, lágrimas
Gemidos, suspiros, risos e sorrisos
Um toque, um som, um tom
Harmoniosamente nesta sinfonia perfeita,
Onde somente a alma busca e o coração escuta.

FF

sexta-feira, setembro 15, 2006

AMO-TE


Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos,
Na profunda imensidade do vazio,
E a cada lágrima dos meus pensamentos.
Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita do tempo,
Até a região onde os silêncios moram.
Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angustia da vontade perdida,
E na dor que se veste em segredo.
Eu te amo
Em tudo que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam,
Em tudo que ainda está ausente.
Eu te amo
Desde a criação das águas,
Desde a ideia do fogo,
E antes do primeiro riso e das primeiras mágoas.
Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa,
Até depois que o universo caia sobre mim,
Suavemente.

FF

ESTRADA DA VIDA


Faz silêncio...
Entra devagar, de passos leves
Para ninguém notar.
Finge que aqui não estás!
Dentro de mim te vou guardar,tão bem escondido
Que nem vão reparar.
Tu, na minha vida és um tesouro que vale ouro
Mas perdeste-te por aí, e deixaste-me aqui
Não faças ruídos,aquieta-te dentro de mim.
Não espalharei avisos,
É melhor que seja assim.
Sonhos precisam ser guardados,para que não sejam invejados
Alguém pode invejar por maldade ou por mediocridade.
Alguém pode invejar por infelicidade ou por ingenuidade,
Por isso, não faças estardalhaços, eu sigo os teus passos,
E tu segue os meus.
Juntos veremos até onde me vais levar, e se eu te posso acompanhar
Caso não te possas realizar, morre dentro de mim
Sem ninguém saber.
E se tu aconteceres, eu prometo deixar-te desfilar
Na avenida da minha vida.
Muitos nos aplaudirão
E alguns as costas nos darão.
Na avenida da vida é assim q acontece,
Uns nos aplaudem, enquanto outros
Acham q a gente não se merece.


FF

UM DIA


Um dia,
Quando as estrelas se apagarem
E os meus olhos não brilharem,
Quando as folhas secarem
E as minhas lágrimas rolarem
Quando as palavras se acabarem
E os meus gestos se apagarem;
Um dia,
Quando o meu querer for vazio
E tudo perder o sentido
E tu, meu sonho mais querido
De mim te encontres perdido;
Um dia
Quando o céu deixar de o ser
Quando a minha seiva romper
E correr, correr, correr
Sem algo porque viver;
Um dia
Quando o mundo desabar
E a minha vontade matar
Se a raiva não findar;
Um dia
Quando as portas se fecharem
E as mão que me tocam crisparem
Quando o silêncio for tal
De modo a que transforme o real;
Um dia
Quando deixar de ser
E tudo ficar por fazer
Porque se deixou de querer
Então, eu direi:
- Quero morrer !

FF

AUSENTE INFÂNCIA AUSENTE


A minha vida é feita de ilusão e sofrimento
É triste pensar que não mas existe um contentamento
Embora me acusem e me humilhem
Novos horizontes se abrem no meu caminho:
Horizontes de calma, liberdade e de esperança
Que são uma lembrança
Da minha distante infância.
Sou infantil porque acredito
Num futuro de esperança
Sou infantil porque anseio a liberdade
Sou infantil porque quero
A calma que há muito perdi
Quando me revoltei
Contra este mundo de injustiças
Quando gritava para q me entendessem
Quando não me aceitavam tal como eu era
Terei gritado?
Terei dado o grito da liberdade?

FF

quarta-feira, abril 19, 2006