sábado, fevereiro 03, 2007
O MEU CASTELO
Vivo sozinha em meu castelo: a dor
E nunca, nunca vi passar ninguém
O meu olhar é interrogador
Chora o silêncio...nada, ninguém vem
Rimas perdidas, vendavais dispersos
Com que eu iludo os outros, com que minto
Quem me dera encontrar o verso
Que dissesse a chorar, isto que sinto
Criança doida e crente, sou também
Tudo me fugiu, tudo morreu
Desde então choro amargamente
Na minha torre erguida, junto ao céu
Cheia de claustros, sombras, arcarias
Tem linhas de um requinte escultural
Os sinos têm dobres de agonia
A minha dor é um convento ideal.
FF
terça-feira, janeiro 30, 2007
A SOMBRA
Fala baixinho, juntinho ao meu ouvido
Num frêmito... a terra emudeceu
Que essa fala de amor seja um gemido
É mais um anjo que á terra desceu
Vejo-te só a ti no azul dos céus
Minha boca tem fome só da tua
Ó minha perfeição que criou Deus
E que num dia lindo me fez sua
Deixa-me andar assim no teu caminho
Sombra da tua sombra, doce e calma
Por toda a tua a vida, amor, devagarinho
Irmã gémea, da tua alma
Vivo longe de ti, mas que importa
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguear
Noite alta, noite escura, noite morta
Em volta de mim... a procurar
FF
Subscrever:
Mensagens (Atom)