terça-feira, dezembro 12, 2006

DOR NEFASTA



Quase apagada já a luz do dia
Na hora magoadissima do poente
Que nem o mar, o grande mar ouvia
Rezava a tua voz tão docemente

No meu, o teu olhar que se morria
E o mar a nossos pés em tom crescente
Tocando nem sei que sinfonia
Na minha mão, a tua mão ardente

A mesma chama nos prendeu aos dois
E a ambos fustigou como um açoite
Depois... sei lá que aconteceu depois
Foi a primeira estrela dessa noite

Todo esse altivo e festival concerto
Sua voz, seu olhar, sua alma casta
Brancas formas de luz que ao seio aperto
Sonhadoramente, numa dor nefasta...

FF